domingo, fevereiro 05, 2006

Este é o segundo comentário que apareceu no blog da Som da Tinta (http://somdatinta.blogs.sapo.pt) acreca da Guerra Colonial e como consequência de uma nota de divulgação do blog "Lumege"

Mais catarse

Às vezes penso que nós nos esforçamos por esquecer de que, mais até do que filhos de Abril (que o somos), somos filhos (de Pais) da Guerra (a minha geração e da Susana). Também lá por casa se fala pouco sobre os anos em que meu Pai esteve em Angola. Não se fala do medo, dos combates, da angústia de se ter de lutar sem motivo (porque não há motivo que justifique enviar os jovens de um País para uma guerra). Fala-se dos episódios mais caricatos, dos momentos de "não-combate", mas mesmo dessas histórias há ensinamentos a tirar (como o do respeito pelo nativo, tão vítima da guerra como os nossos jovens Pais).É bom não ignorar o que aconteceu, para entendermos melhor aqueles que mais amamos e para aprendermos com eles.A catarse vai-se fazendo. Vale a pena falar disso, com os olhos postos no futuro, para que não se repitam os mesmos erros.

Carmen Zita

3 comentários:

Anónimo disse...

Gostei de ler, é bom que os mais novos se apercebam o que por vezes vai nas cabeças de quem passou pelo cenário da guerra,e digo isto porque sou dessa geração, enviado e descarregado em Angola para defenfer uma causa absurda.

Bem haja Susana

Abilio Henriques

Anónimo disse...

Gostei de ler, é bom que os mais novos se apercebam o que por vezes vai nas cabeças de quem passou pelo cenário da guerra,e digo isto porque sou dessa geração, enviado e descarregado em Angola para defenfer uma causa absurda.

Bem haja Susana

Abilio Henriques

Anónimo disse...

Compreendo. Compreendo que também só sei de uma parte, de pequenas partes...e se entendo melhor as coisas também foi há pouco tempo, como contei. Se antes compreendia com os mecanismos da razão, do conhecimento...agora compreendo com os mecanismos do coração, da mágoa que também herdo do meu pai, em mínima parte, sim...mas por ser dele, e de tantos outros, e por ser mágoa, a par do lamento caminha a dor. Por saber pelo que passaram, por ver no que também se tornaram ou não conseguiram tornar.
Força a todos.
A minha total consideração e admiração.

Susana.