domingo, dezembro 31, 2006

No município de Lumeje - Cameia, vai ser construída uma escola com seis salas de aulas e um centro de saúde.
A iniciativa insere-se no âmbito do Programa de Investimentos Públicos e foi divulgada no Conselho da Província do Moxico reunido sexta-feira última no Luena, ( ex Luso) na sexta sessão extraordinária que apresentou o Orçamento Geral do Estado para o exercício económico 2007/08. Orientado pelo governador provincial do Moxico, João Ernesto dos santos "Liberdade" o encontro decidiu construir .A reunião recomendou a direcção provincial do comércio e da agricultura a estudarem mecanismos mais expeditos que visam a comercialização no próximo ano de produtos da cidade no campo e vice-versa.Aconselhou que este estudo deverá incluir as formas da aquisição de tractores de esteira e duas máquinas descascadoras de arroz, para a preparação da campanha agrícola que se avizinha.Relativamente ao sistema de barbarização dos salários dos funcionários públicos, a reunião concluiu ter havido contactos a nível central para a abertura de mais balcões do Banco de Poupança e Crédito (BPC) nesta província para evitar enchentes registados no único balcão existente.A sexta sessão extraordinária tomou conhecimento do projecto de construção de pontes de madeira e metálicas na província, pelo programa alimentar mundial (PAM), tendo constatado cinco pontes por concluir.O encontro autorizou a tercialização dos mercados existentes na cidade do Luena aos empresários interessados para a sua melhor gestão.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Continuação de "Eu estive em Chafinda"
Alguém os conheceu?
Não fizemos grande habilidade em acertar que este nosso visitante cá do "sítio" estaria provavelmente no estrangeiro. A mensagem não trazia acentos nem cedilhas, portanto, elementar, meu caro watson!

E isso mesmo, estou fora de Portugal desde 1975, embora faça visitas frequentes. Estou a residir nos arredores de New York. Como tempo é coisa que vou tendo com abundância, passo algum passeando por sites que têm algo a ver com o meu passado. Quando estive em Chafinda, o alferes era o Nelson e os furrieis de infantaria eram o Moura e o Baptista, não sei se conhecem algum deles. A minha secção (artilharia) era composta por tropa nativa. Uma boa noite e até uma próxima.

Jose Maciel


Não será muito provável que alguém da 2544 tenha conhecido os camaradas apontados abaixo, mas não é impossível. Alguém conheceu?

As Boas Festas do Abílio Henriques

(...)Vou aproveitar para deixar aqui um comentário relativo ao período que se avizinha. Não se lembram? Eu recordo os Natais (dois) passados no Lumege, as duas primeiras vezes que não passava o Natal com a minha família. Em contrapartida foram passados com uma segunda familia extraordinária, sim os camaradas, todos exemplos de tudo quanto tem de bom a raça humana, companheiros amigos, foi com eles que aprendi a ser homen, a sentir o que é a amizade fraterna, a palavra amiga nos momentos mais difícies.

Então desejo a todos que tenham um santo NATAL e que o próximo ano lhes traga as maiorse venturas e alegrias. Um braço fraterno para todos.

Abílio Henriques

segunda-feira, dezembro 18, 2006

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Segundo o jornal electrónico AngolaPress de ontem:
Novo administrador municipal do Lumege-Cameia
Relançamento do sector agrícola é uma das prioridades

O novo administrador do município de Lumege-Cameia, Rodrigues Chipango Sacuaha, nomeado na semana passado, no quadro da remodelação governamental realizada na província, foi apresentado hoje a população local.

Na ocasião, o governador Provincial do Moxico, João Ernesto dos Santos "Liberdade", ao apresentar o administrador apelou a população a colaborar exercício do seu mandato.

Rodrigues Sacuaha que até então era o primeiro- secretário Provincial da JMPLA no Moxico e chefe de Departamento dos Desportos da direcção local substituiu ao cargo, Noa Augusto que agora passa a responsavel da Comissão Provincial Eleitoral.

No mesmo acto, o governador provincial apresentou igualmente, o administrador municipal adjunto daquela circunscrição, Benjamim José.No primeiro contacto com a população de Lumege-cameia, o novo responsável adiantou que o saneamento básico, reabilitação e construção das infra-estruturas sociais constitui a prioridade do seu programa de acção.

O relançamento do sector agrícola e a mobilização da população para aderirem aos postos de registo eleitoral são entre outras preferências de Rodrigues Sacuaha.

Localizado a 102 quilómetros a leste do Luena, o município do Lumege-Cameia conta actualmente com mais de 45 mil habitantes na sua maioria camponeses e pescadores.
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Acaba de nos chegar este apontamento das memórias de um leitor do blog Lumege.
Bom seria que ele mandasse outras evocações dos seus tempos de Angola! Ele e outros!
(É certo que o Abílio Henriques mandou um relato há uns meses atrás, mas infelizmente perdeu-se aqui entre os bytes e os bits do computador... Falta de cuidado e de organização do coordenador do blog, está bom de ver!... Mas quando eu reencontrar o Abílio pago a multa sob a forma de um almoço e depois ele refaz o texto. Combinado, Abílio?).
Outta coisa: Algo me diz que o José Maciel está fora de Portugal. Acertei?

José Maciel:
"Eu estive em Chafinda"
Eu estive em Chafinda de Março a Junho de 1971, pertencia a BTR 522, sediada no Luso. Em Chafinda tínhamos um furriel, um cabo e uns 4 ou 5 soldados para operar o obus 88. Estávamos anexados a um pelotão de infantaria, cuja companhia estava no Léua. A nível de soldados e cabos, todo o pessoal era da Madeira. O alferes e os furrieis eram do continente. O local era "bonito" mas a picada para o Léua era muito quente.

José Maciel
ex-furriel miliciano da BTR 522

domingo, dezembro 03, 2006

O contador anda envergonhado
Já passámos as 4250 visitas

Como certamente sabem, o contador de visitas está alojado lá em baixo, mesmo au fuuuuuundo do blog. Mas, à semelhança do que tem acontecido com outros blogs, também o nosso contador sofreu um ataque de trangolomango.
Creio que a coisa é como as gripes: ataca, chateia um bocado mas depois passa. Pelo menos foi assim no Buraco da Fechadura (e noutros sítios).
Entretanto, para saberem como vai (ou não vai) isto de visitas, vão lá abaaaaixo ao contador e cliquem sobre a palavrinha STATS. Contornam assim a dificuldade. Porque, embora não seja visível, o contador está a trabalhar (até mesmo hoje, que é domingo!)

Z.O.
...até que enfim!...
Consegui apagar o meu curriculum

A coisa tinha um bocado de mau aspecto. Nunca ninguém comentou isso para comigo, mas não o fizeram creio que por delicadeza. Refiro-me ao inoportuno aparecimento do curriculum da minha vertente de caricaturista aqui na coluna ao lado direito. Por várias vezes expliquei que isso sucedia contra a minha vontade, por ditadura do computador, que clonava para aqui esse curriculum a partir de outros meus blogs.

Mas nada como uma mal encarada manhã de domingo para tentar encontrar a solução. Porque os computadores só são ditadores até certo ponto!

Zé Oliveira
(Coordenador do blog Lumege)

sexta-feira, novembro 17, 2006

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Em jeito de crónica
(ou as desventuras de um viajante...)
Alô, pessoal de transmissões

da CCS do BCaç2878!
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Há pouco mais de um mês, andava este vosso humilde servidor que coordena o blog "Lumege" todo apressado a preparar a ida para Alcalá de Henares (Madrid) onde participaria no Encontro Iberoamericano de Caricaturistas, quando as pressas deram em vagares. Tropeçou nas escadas de casa e lá vai disto, a descer completamente de cabeça, mas torcendo gravemente um pé.

Ainda retardou a partida por um dia, não fosse a coisa ser mesmo grave. Mas teve a gravidade suficiente para o impedir de conduzir automóvel, de modo que só lhe restou ir de comboio. Uma noite inteira em bolandas, com partida de Lisboa às dez da noite e chegada a Madrid cerca das nove da manhã.

Nas escadas rolantes da estação ferroviária de La Tocha, mal dormido e esquecido de que o pé direito não ia em condições, este vosso companheiro não encontrou no pé a resistência esperada e, mal as escadas começavam a subir, catrapuz, nova queda, outra vez de cabeça para baixo (que é a minha especialidade para descer escadas, está visto...). Foi uma cena patética, a cujos detalhes vos poupo.

E lá fui com o pé às costas directamente para o Congresso dos Caricaturistas, que já tinha começado. Não descansei a ponta de um corno até à uma e meia da manhã, hora a que logrei caír numa cama de hotel. E nem as dores me impediram de entrar no mais profundo dos sonos. Até às... três e meia! Porque me esquecera de desligar o telemóvel e... o meu tão ambicionado (e tão necessário) descanso não durara mais do que duas curtas horas.

Completamente estremunhado, oiço alguém perguntar-me se está a falar com o José Oliveira. Que sim, respondi. E se eu tinha pertencido ao BCaç 2878. Também respondi que sim. O meu interlocutor estava excitadíssimo! Falava-me a partir dos Estados Unidos da América, para onde emigrara mal acabara a tropa e nunca mais tivera notícias dos antigos camaradas de armas. Obteve algumas aqui neste blog (onde encontrou o meu número de telemóvel, que divulguei aquando da nossa confraternização em Leiria, organizada pelo Alho e pelo Rocha mas assessorada "no terreno" pela minha pessoa).

O meu interlocutor telefónico ia indagando por mais novidades, à medida que eu lhe ia repetindo que eram três e meia da manhã, quem nem estava em casa, que estava mal de saúde, que não tinha dormido nada de jeito na noite anterior... Cheguei a ser quase grosseiro, confesso, e aqui lhe peço desculpa. Ele era um dos elementos da equipa de transmissões da CCS, que tinha a sua sala de trabalho contígua à minha, tanto no Luso como em Malange, mas lamentavelmente é o único de cuja cara e nome não me lembro. Nem fixei o nome que ele me disse. Forneci-lhe o meu e-mail, para contacto mais tranquilo (e menos fora de horas...) mas entretanto ainda não deu sinal de vida. E já passou um mês. Talvez tenha anotado mal o endereço. Se assim foi, e se está a ler-me, clique aqui nesta última linha em cima das palavras comments to this post que aparecem a seguir à minha assinatura.

Depois de tudo isto, nem por sombras desejaria que se mantivesse cortada a nossa comunicação!

Zé Oliveira
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Graças ao empenho do Hipólito, sempre atento, publicamos a seguir um a nota cujo conteúdo em parte nos é dirigido. Retribuímos aos companheiros do BCaç2877 as saudações! E pedimos desculpa pela perda de qualidade da foto anexa, que não conseguimos transferir nas melhores condições.
Para saber mais acerca destes nossos companheiros de ida e volta, basta visitar http://bcac2877.blogspot.com
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Há 35 anos

regressávamos de África




Na dia de hoje, mas há 35 anos regressávamos de Angola, após quase 25 meses de comissão.
Passado este tempo, cada um dos que por lá passou, continua a recordar o que sentiu quando da volta ao convivio dos seus entes mais queridos.
Recordamos os que durante a noite e madrugada se mantiveram acordados na expectativa de avistarem terra, outros traziam umas faixas em pano para serem referencidos mais facilmente do cais, bem e, afinal todos traziam aesperança de rápidamente e finalmente porem o pé em terra, e em abraços longos e sentidos transmitirem todo o calor ue lhes ia na alma.
Daqui, mandamos um grande abraço a todos os companheiros do BCAÇ2878, viajantes connosco, na ida e regresso.

(Foto da Medalha que alguns de nós trouxemos pelos 2 anos na guerra em Angola)


Transcrito de http://BCAC2877.blogspot.com.

sábado, setembro 09, 2006

Faz hoje 20 anos que se incorporaram
BMI 1ªCAT 2º Pel.nº 67
Operador de Transmissões desejaria que se reencontrassem

Chegou-nos esta mensagem:

Parabéns pelas vossas iniciativas. Demonstram bem o vosso espírito de grupo e camaradagem. Pena é que o pessoal da minha incorporação não sofra do mesmo "mal". Bem hajam.

Carlos PIRES
Op. Transmissões BMI 1ªCAT 2º Pel.nº 67 INCORPORAÇÃO em 09/09/1986 R.I.2 ABRANTES

93 690 690 2

Montijo 09 de Setembro de 2006

Facilmente se depreende que o autor dessas palavras seria homem para deitar mãos à tarefa de "convocar" os seus camaradas de armas para uma confraternização como as nossas. Então... força nisso! E o mesmo dizemos aos seus companheiros; se algum passar os olhos aqui pelo blog "Lumege", anote o número do telemóvel do Pires e ligue-lhe!

Sabe, Pires? O coordenador deste blog orgulha-se de, lá pelas paragens de Angola e nos idos 1971, ter registado os nomes e moradas de todos os militares do Batalhão no jornal da unidade. Porque previa, nessa altura, que haveria de chegar o dia em que essa listagem ia ser útil para que nos pudessemos reencontrar. Se o Pires não tem uma listagem semelhante, tente obter uma através da unidade militar onde prestou serviço. Se não a obtiver, recorra aos blogs de tema militar (temos aqui links para vários), ao contacto directo com um ou outro companheiro que consiga localizar, pedindo-lhe que faça o mesmo, em cadeia, contacte os programas de televisão generalistas (os da manhã), os da rádio, os jornais. Se não todos, pelo menos alguns divulgam a sua pretensão.

Não hesite em contactar-nos sempre que lhe pareça útil.

segunda-feira, setembro 04, 2006

No passado sábado
C.Caç.2544 reencontrou-se em Leiria
...e cantou o "parabéns a você" ao Comandante do Batalhão
...o Diamantino Rocha, da organização, acaba de chegar (depois de ter falhado pelo menos duas saídas da A1...) cumprimenta o José Oliveira junto ao mais conhecido hipermercado de Leiria, no momento em que o segundo tenta mais uma vez vencer a teimosia dos telemóveis que estão apostados em boicotar a comunicação do Figueira, que pretende avisar que chega um pouco mais tarde.
...o Alho foi ali e já vem, mas a esposa ficou a guardar-lhe a cadeira, psicologicamenet apoiada pela esposa do Oliveira, que aparece na foto com camisa de presidiário ao lado do Hipólito que ficou de costas pela simples razão de que não se apercebeu que o fotógrafo estava a disparar (se se tivesse apercebido de que ele se preparava para disparar, ter-se-ia emboscado imediatamente e, do abrigo, tê-lo-ia abatido sem dó nem piedade; e aproveitava para, com a mesma rajada, abater o operador de câmara e o vendedor de medalhas).
O Faria está a dizer que organizar o próximo encontro em Vila Real vai ser canja (porque canja é um prato barato, disso sabe ele, que foi o vague-mestre da Companhia), ao mesmo tempo que a esposa diz "pois pois, vague-mestre vague-mestre, mas na cozinha lá de casa quem trabalha sou eu!..." O Miranda ficou na zona mais escura da foto, mas a mania já é velha. Foi por causa dessa mania que ele decidiu nascer em Cabo Verde e decidiu trabalhar na "ferrugem" da Campanhia.
No momento da foto, o Rodrigues estava a contar que foi o último a incorporar a C.Caç.2544, ao mesmo tempo que o Miranda, a seu lado, lhe ripostava: "Não admira, os alentejanos chegam sempre tarde a todo o lado!" Ao que o Figueira, mesmo estando fora desta foto, respondeu: "Não é bem assim! Hoje, o último a chegar fui eu! Que venho de Condeixa!"
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Como o coordenador do blog não tem mais fotos do acontecimento, mete também esta. De copo na mão, porque a esposa é que estava "de serviço" à condução da viatura, conforme ela própria explica para o lado e o Hipólito comprova "dizendo" pois claro com a mão. O Faria aproveita o momento da flashada para passar uns segundos pelas brasas, ao mesmo tempo que a esposa diz assim para o Rodrigues: "Madrugou, sabe?"

"Parabés a você" via telefone

Momento enternecedor foi aquele em que toda a Companhia cantou os "parabés a você" (via telefone) ao Comandante do Batalhão, o então tenente-coronel Carvalho Fernandes, que nesse dia completava 84 anos de idade. A informação chegara pelo ex-capitão Tangarrinhas, comandante da nossa Companhia, que também foi o autor da emotiva iniciativa.

sexta-feira, setembro 01, 2006

É já amanhã!
É já amanhã, Sábado, que trocaremos abraços (porque os abraços não se dão, trocam-se)!

Desta vez será em Leiria, no mesmo local de há nove anos.
Segundo o nosso blog apurou junto da organização (o Rocha e o Alho), concentração começa às onze horas junto do Continente (quem vier cansado da viagem tem o bar do hipermercado para tomar um café - passe a publicidade), após o que, ao meio dia, todos se encaminharão para as Cortes (para mais pormenores, consultar a data de 27 de Julho neste blog).

O Zé Oliveira, que reside ali mesmo ao pé, tem o telemóvel mesmo à mão para ajudar os perdidos a encontrarem o trilho para o rancho. Liguem-lhe para o 96 630 33 79.

A Ementa

Este blog, que é um jornal bem informado, pode adiantar a ementa:

Entradas
Morcela de arroz
Chouriço
Azeitonas
Etc.

Prato de peixe
Bacalhau à Lagareiro

Prato de Carne
Secretos de porco grelhados (mas o blog "Lumege" investigou: os secretos são... febras)

Vinhos
Especiais da casa (Só pode abusar quem trouxer condutora)

Sobremesa
Selecção de doces
Selecção de frutas

Depois da sobremesa
Café
Digestivo

Na hora da partida
"Bolo do Lumege"
Espumoso (Não abusar, até porque os balões da GNR andam avariados)

Surpresas
Não se desvendam aqui. É surpresa




Recordando o major Rosa Ferreira
Encontros/Reencontros

Como os companheiros de armas sabem, o coordenador deste blog passou a maior parte da sua comissão obrigatória em Angola deslocado em serviço na CCS, aquartelada na cidade do Luso (hoje Luena).

Por isso, o coordenador participa regularmente nos almoços de confraternização de ambas as Companhias. Assim aconteceu, este ano, ter confraternizado com o pessoal da CCS em Mafra. O grupo era grande, de modo que só na altura da despedida é que o coordenador do blog “Lumege” teve conhecimento de que, na sala, tinha estado a almoçar connosco – e já saíra – um filho do major Rosa Ferreira, responsável pela estratégia das Operações do Batalhão de Caçadores 2878 (infelizmente já falecido, como aqui noticiámos).

Desconhecendo o seu falecimento, os organizadores do encontro haviam enviado uma carta-convocatória também ao major Rosa Ferreira, como a todos os demais militares da CCS, à qual a família respondeu informando do triste desenlace.

Tendo nessa altura tomado conhecimento deste espaço na internet, o filho do major Rosa Ferreira escreveu uma mensagem sob o pseudónimo de “Justiceiro” que endereçou ao blog “Lumege”. Como segue:


Olá Zé Oliveira,
Sou o tal filho do Rosa Ferreira que foi ao almoço de convívio. A emoção foi muito forte pois reencontrei alguns amigos de que ainda me lembrava, nomeadamente o Carrulo meu Irmão de sempre .
Para todos um abraço

A mensagem é transcrita tal qual nos chegou (apenas foi corrigida para F maiúsculo a gralha na inicial do nome “Ferreira”). Também se manteve o carácter pessoal com que vem dirigida, embora o Zé Oliveira repita mais uma vez que este blog é colectivo, feito por todos (menos do que se desejaria…), apesar da inclusão do resumo do seu curriculum caricaturístico continuar teimosamente aqui na coluna do lado direito, por limitação técnica do coordenador que não sabe como removê-la.

Recordando Rosa Ferreira

Era um folgazão. Militar de carreira, sempre me pareceu adequar-se bem melhor à ideia que se tinha do militar miliciano.
Quando, a bordo do Vera Cruz (na imagem abaixo) que nos levava desde Alcântara até Angola, alguém decidiu quebrar a monotonia da viagem, surgiu entretanto um excelente pretexto: a travessia da linha do Equador, aquele momento geográfico em que se tem um pé no hemisfério norte e outro no hemisfério sul.
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Todos os passageiros do paquete foram convocados para o convés de modo que o “baptismo da passagem do Equador” (que incluía a quase totalidade de nós) fosse festivamente assinalado. E lembro-me bem do major Rosa Ferreira a vestir a pele de Neptuno, trajado a preceito, vestindo cores mais apropriadas de quem viesse das profundezas do inferno, tridente na mão, actuando à boa e lusitana maneira vicentina. Dos detalhes não me lembro, mas recordo-me de que choveu mangueirada sobre nós todos, coisa que pouco nos molestou, antes pelo contrário, porque o Equador é aquele sítio onde o calor tropical é mais tropical.

Tenho outras recordações do major Rosa Ferreira, meu vizinho da porta da frente na CCS do Luso, mas isso ficará para mais tarde.
Meu caro “Justiceiro”, gostaria que me enviasse o seu mail para o-oliveiradaserra®sapo.pt

O Carrulo era…
O Carrulo, referido no comentário, era o condutor do major Rosa Ferreira. Escolhido a dedo. Tanto, quanto foi escolhido a dedo para condutor do comandante o Eduardo Gomes, meu companheiro indispensável no desempenho técnico exigido pelas lides de edição do jornal Jamba.

Zé Oliveira

domingo, agosto 27, 2006

As fotos de há nove anos
Vamos reencontrar-nos aqui:
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Há nove anos, mais precisamente a 7 de Junho de 1997, a C.Caç 2544 confraternizava no agradável cenário do Moinho do Rouco, restaurante da proximidasde das Cortes, freguesia de Leiria onde Mário Soares remodelou a casa de seu pai, cujo nome atribuíu à Fundação João Soares. A razão desta menção perceber-se-á aquando da leitura do texto seguinte. Foi escrito na altura, pelo coordenador deste blog, a pedido da Redacção do Jornal das Cortes, que o publicou a 5 de Maio desse ano e simpaticamente ofereceu um exemplar a cada confraternizante.
Reproduz-se aqui hoje, porque se mantém actual.
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Foram à guerra, regressaram todos
- e confraternizam nas Cortes
Quase três décadas* depois, a Companhia de Caçadores 2544 vai reunir-se mais uma vez para recordar antigas juventudes deambuladas pelo leste de Angola (e um pouco pelo norte).

São antigos militares (hoje todos na casa dos quarenta e muitos; o autor destas linhas, que é um deles, vai nos quarenta e onze...*) originários dos 44 cantos de Portugal, que convergirão nas Cortes, no próximo dia 7 de Junho*, para renovar abraços e recordações. A "coisa" decorrerá no Moinho do Rouco, com oportunidade para molhar os pés no Lis enquanto se almoça. (Aqueles que trouxerem condutora, poderão molhar os pés mais à vontade...)

Além dos comes e bebes (pela medida grande...) haverá também uma visita à Casa-Museu João Soares.* Aliás, o Moinho do Rouco tem sido cenário para outras confraternizações similares, sendo do nosso conhecimento que, não há muito,* um desses grupos ali encontrou, por casualidade, o dr. Mário Soares e esposa, que se prestaram a acamaradar uns minutos com os ex-combatentes, sendo fotografados com eles.

Que importância tem isto? Esta: nos anos 60, o dr. Mário Soares foi um determinado lutador anti-colonialista, verberando as injustiças das guerras que travávamos, incansável caminhante das rotas da Europa, por onde viandava com o propósito da denúncia. Porém, hoje,* não se importa de fazer pose para a posteridade que as máquinas fotográficas perenizam, de braço dado com os agentes da guerra que ele tão afincadamente combateu. Porque assume (temos todos de assumir) que os "heroismos do colonialismo, não obstante lamentáveis, são factos da nossa história, equívocos que nos impuseram, realidades de que não temos de nos envergonhar.

Há dias, Carlos Fernandes (fundador do Jornal das Cortes) lamentava que os antigos combatentes de África (designadamente alguns convidados por si) tenham pudor em escrever as suas recordações dos tempos da guerrilha. Serão traumas que o tempo não apagará facilmente, será a inibição determinada por um sentimento de culpa por uma situação que, hoje, se sabe ter sido injusta.

Muitos de nós, que por lá passámos (afinal, quase todos os da minha geração), não fomos formados e informados no sentido de poder entender a injustiça (a ilicitude) da nossa presença possessiva em África. Fomos, bem pelo contrário, industriados na cultura de um nacionalismo pluri-continental desenvolvido por uma dita super-nação chamada Portugal, cuja propalada superioridade não era fácil contestar, quando a maioria da nossa população vivia pacatamente a sua vida rural, sem grande acesso às fontes informativas, aliás acauteladas pelos serviços de Censura, acolitada por um diligente Secretariado Nacional de Informação (SNI).

Foi no próprio teatro das operações que muitos de nós intuímos quão injusta era a nossa presença lá. Ali melhor se compreendia que aquela terra não era nossa. Grandes fronteiras a separavam do nosso chão pátrio: o oceano, a cultura, a própria cor da pepe. Iguais, mas diferentes. Porque, quer queiramos quer não, há fronteiras! Por muitas estrelas que se pintem numa bandeira.

Muitas Companhias de antigos militares se reunem periodicamente nestas confraternizações. Outras nunca o fizeram. Seria curioso averiguar se, para uma situação e outra, não haverá um motivo determinante, porventura assente em comportamentos colectivos que tenham acarretado - mais para uns grupos do que para outros - um traumático sentimento de culpa, inibidor do cariz de festa que estas reuniões comportam. Talvez para alguns seja doloroso recordar.

Não é o caso da CCaç 2544, que habitualmente se reune algures, desta vez nas Cortes. Trata-se de uma unidade que veio tão una como foi: sem mortos, nem feridos. Não obstante ter ido render camaradas numa zona de conhecido belicismo, assinalado com onze mortes na Companhia precedente, que também teve ferimentos em mais de metade do seu efectivo. Números assustadores, para quem chegava. Que, felizmente, não se repetiram. Mérito do comandante da nossa Companhia, capitão miliciano, de Setúbal, apanhado na curva da vida para uma prestação militar obrigatória, que soube desempenhar com inteligente civismo, bifurcado em dois sentidos: a dignidade e a vida dos seus homens, idem das populações nativas.

José Oliveira


*Escrito em 1997

sexta-feira, agosto 18, 2006

A 11 de Novembro, 31º aniversário da independência de Angola
Lumege, capital provincial por um dia

É no município do Lumege-Cameia que vão decorrer as comemorações provinciais do 31º aniversário da independência nacional de Angola, a 11 de Novembro.

A notícia, que tem data de ontem e é hoje divulgada pelo jornal virtual AngolaPress, acrescenta que da reunião do Conselho da Província doMoxico saíu também a decisão de orientar as equipas de desminagem no sentido de priorizarem o troço ferroviário que liga a cidade do Luena (ex Luso) ao Kuito (Bié). Isso visa facilitar os trabalhos de reabilitação do caminho-de-ferro de Benguela (CFB), que decorrem desde o princípio de 2006, a cargo de uma empresa Chinesa chamada "CR20".

Prevê-se para Novembro próximo, o início das obras de recuperação do CFB na província do Moxico.

domingo, agosto 06, 2006

Repetiremos troca de abraços no próximo dia 2
Já falta menos de um mês!


É já no próximo dia 2, um sábado, que nos reuniremos mais uma vez para celebrar uma amizade que nos une desde os tempos da juventude e nasceu em circunstâncias que não desejámos mas cumprimos, como tinha de ser.
Para a maioria de nós, é a segunda vez que confraternizamos neste local. O cenáruio é convidativo, portanto quem veio da outra vez, voltará de certeza agora. E quem vier pela primeira vez, compreenderá porque digo isto.


O nosso encontro decorrerá num local que tem mais de seiscentos anos de história, no cenário encantador das margens do rio Lis, num espaço que é o aproveitamento escrupuloso de um moinho de água, que continua a fazer farinha em plena sala de refeições, movido pelas águas do rio Lis.

Para saber mais acerca deste paradisíaco local, basta ler as linhas seguintes:

Notícia histórica sobre o

Moinho do Rouco

A notícia histórica mais antiga sobre o Moinho do Rouco remonta a 24 .XI.1364. Nesta data, o rei D. Pedro fez doação a Afonso Esteves , amoxarife de Leiria, “emquanto fose de sua mercê” de metade de “huum moynho que o dicto senhor há a que chamam do Rouco que he na Ribeira das cortes”. Existia pois já antes desse ano. O seu nome, mais usualmente grafado Rouco, mas por vezes também “Ronco” e “Rouco” parece significar um antigo apelido ou alcunha. Já as duas outras versões poderão ser interpretadas como significando, respectivamente, “terra recentemente desbravada” e “sulco em pedra acima do nível do solo”.
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A existência doutros moinhos de água nas imediações das Cortes atesta-se apenas no século XIV. Entre eles documentam-se as moendas da Reixida Cavaleira (1344), do Leal (1383) e da Recura (1385). A actividade moageia na área desta freguesia, contudo, deve remontar à primeira metade do século XIII, época em que se intensificou a exploração agrícola na área peri-urbana de Leiria, assistindo-se ao surgimento de novos focos e povoamento (casais, granjas e aldeias). Cortes afirmou-se como uma das mais prósperas fundações.

...controlo dos impostos
De início, Leiria procurou manter junto do castelo citadino todas as estruturas agro-moageiras disponíveis. Obtinha-se assim um controle mais apertado da sua laboração, ao mesmo tempo que se garantia uma colecta de impostos sobre os farináceos rapidamente vendidos no mercado local.

Maioria dos moinhos era da coroa
Os esforços da colonização da bacia hidrográfica do rio Lis traduziram-se pela predominância das culturas cerealíferas, silvícola e vinícola associadas, em menor escala à frutícola e à produção de azeite. O povoamento do termo acabou por impor uma Maior distribuição dos engenhos moageiros por todo o território, garantindo o abastecimento dos mercados aldeãos e permitindo, ainda, escoar as produções das herdades com vista à sua distribuição nos mercados consumidores.
A coroa real teve um papel motor neste processo. De facto, a maior parte dos moinhos de água do curso do Lis pertenciam-lhe. O caso das Cortes é significativo, porquanto permite verificar esta leitura histórica.

Cobrança de impostos no cerne da questão
A doação de metade do Moinho do Rouco ao almoxarife leiriense, em 1364, procuraria não só premiar um oficial dedicado à recolha do fisco régio, como também garantir uma maior vigilância sobre a produtividade daquele estabelecimento moageiro.

Moinho de rodízio
É possível que, já na Idade Média, o Moinho do Rouco possuísse quatro mós, movidas através do recurso a rodízios de penas. A força hidráulica que os fazia rodar obtinha-se a partir duma pequena represa das águas do Lis. Esta abastecia quatro levadas ou condutas que embocavam em cubos e sèteitas donde a água era ejectada com grande pressão contra as penas, fazendo movimentar a péla ou árvore e elementos associads (lobete, veio, segurelha e mó). Do ponto de vista arquitectónico, o Moinho do Rouco filia-se na tipologia dos moinhos de rodízio mais frequentes no sul de Portugal, em zonas fortemente urbanizadas e com mercados consumidores fortes, revestindo “a forma de grandes instalações, de construção cuidada, e com várias moendas”.

Indústria uni-familiar
O trabalho nestas quatro mós era garantido por uma só família nuclear, que residia no local, posto que a manutenção desta estrutura para-industrial exigisse despesas substanciais. Na segunda metade de Oitocentos o Moinho foi adquirido pela família Charters de Azevedo.
A história contemporânea do Moinho do Rouco apresenta-o como pólo de progresso industrial. Em meados do século XX, o Moinho produzia energia eléctrica suficiente para a iluminação do local. Após um período de decadência, que levou à paralização da sua actividade moageira na década de 1970, esta unidade seria recuperada como restaurante e local turístico. Alia-se, assim, a uma envolvência natural, de extrema beleza, a uma ambiência histórica dum moinho régio com mais de seiscentos anos de história.

Saul Gomes
(Historiador – Professor da Universidade de Coimbra)

Inter-títulos da responsabilidade do blog 'Lumege'

quinta-feira, julho 27, 2006

Explicação (repetida)

Como coordenador deste blog vejo-me na obrigação de repetir uma explicação que já aqui dei:
Por uma questão de operacionalidade, este blog está alojado no login que possuo para outros espaços de internet. E, para interesse pessoal (profissional, se preferirem), tenho um curriculum inserido na página principal (acho que se chama templaite). E, como ainda não descobri como é que poderei limitar a sua publicação apenas a certos blogs, esse curriculum está a aparecer (automaticamente) em todos os que edito.

Peço a vossa compreensão.
Zé Oliveira
2 de Setembro
Mais uma confraternização da C.Caç 2544
O cenário já é conhecido de muitos de nós: o restaurante Moinho do Rouco, na aldeia das Cortes, Leiria, à sombra das árvores que marginam o Rio Lis a cerca de três quilómetros da sua nascente.

Depois de goradas as expectativas de um encontro no próprio RI-2 (Abrantes), por razões que já todos certamente conhecem (deve ter chegado recentemente explicação a casa de todos pelo correio e este blog também já explicou, conforme pode ler-se mais abaixo, em 7 de Julho), o programa foi reorganizado e o local teve de ser outro.


No próximo dia 2 de Setembro, regressaremos ao Moinho do Rouco, um restaurante que fica a três quilómetros e meio da cidade de Leiria, na aldeia das Cortes, a 500 metros da Casa Museu João Soares, pertencente à família de Mário Soares.




Estas imagens convidam-vos para a repetição da bela tarde ali passada há poucos anos.

Para os que se esqueceram do caminho (ou não vieram da outra vez que ali estivemos) lembramos que, chegados à cidade de Leiria, se devem encaminhar no sentido das Cortes. O restaurante não fica dentro da aldeia, mas sim junto à estrada principal, imediatamente a seguir à última cortada para as Cortes.

Encontro no Continente

Mas a explicação anterior serve apenas para os atrasados. Porque a concentração começa às 11 horas no hipermercado Continente, ponto facilmente acessível a todos e com facilidade de estacionamento.

Como chegar ao Continente

Quem vier de Sul pela A8, sai quando a auto-estrada termina. E, ao encaminhar-se para a cidade de Leiria, tem à sua direita o Continente, mal sai da A8.

Quem vier de Sul pelo IC-2 (ex EN 1) apercebe-se da proximidade da A8 e verificará que tem o Continente imediatamente a seguir, à sua direita. Antes de entrar na cidade de Leiria.

Quem vier do Norte, deve seguir as indicações que informam o caminho para a A8. Mas quando está quase a entrar na A8, verifica que tem o Continente à sua esquerda.

Quem tiver dificuldades, pode contactar o coordenador deste blog, que reside a cerca de 50 metros da saída da A8 e a 200 do Continente. Portanto, conhecendo bem a zona, pode fornecer orientações práticas. Portanto, os "perdidos" podem contactar Zé Oliveira pelo telemóvel 96 630 33 79 (era o Furriel do Jamba, lembram-se?)

Como participar

A organização da confraternização, que este ano está a cargo do Rocha e do Alho, pede que os interessados em participar façam o envio dos 15 euros do almoço (por cada pessoa) para:

António Diamantino Rocha,

Apartado 94

4505-266 FIÃES VFR

Seria interessante se este ano pudessemos contar com participantes que, não tendo sido militares, tiveram as suas vidas de algum modo ligadas à nossa passagem por Angola. É o caso de Fernanda Brásio e sua madrinha, da família Videira, etc.

Também esses (e outros) podem contactar a organização através do endereço acima ou mesmo através deste blog, deixando mensagem.

quarta-feira, julho 19, 2006

No Lumege
150 hectares de arroz
Cento e 50 hectares de terra estão preparados nas chanas do município de Lumege Cameia desde Abril do ano em curso, tendo em vista o lançamento de 18 mil toneladas de semente de arroz na próxima campanha agrícola. O responsável local da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Adelino Ramos disse na passada segunda-feira que a produção, a ser feita por camponeses organizados em duas associações, resulta da colheita realizada este ano, no âmbito do programa de multiplicação de sementes de arroz. Adelino Ramos disse que outros 150 hectares de terra foram igualmente preparados para a campanha agrícola, mas nestes serão cultivados mandioca, amendoim, milho, feijão, batata-doce e inhame. Os agricultores do Lumege Cameia enfrentam dificuldades pela falta de transporte para tirar os produtos cultivados do campo para a zona urbana.
O município de Lumege Cameia já foi tido como uma potência no abastecimento de arroz ao país.
Notícia de AngolaPress

domingo, julho 16, 2006

Postos Médicos e Escolas

Vinte e um postos de saúde e 18 salas de aulas serão inaugurados, este ano, no município de Lumeje-Cameia, para suprir as dificuldades que a população local enfrenta, disse hoje o Administrador Municipal, Nea Augusto.

A construção e reabilitação daquelas infra-estruturas é feita com base em recursos locais e conta com o apoio das autoridades tradicionais e população em geral. No sector de saúde, segundo afirmou Nea Augusto, para além da conclusão destes projectos, ainda em curso, o município necessitará de pelo menos de 50 técnicos, numa primeira fase, para juntar aos outros 54 enfermeiros já existentes para cobrir a rede sanitária. Uma ambulância e uma viatura de apoio aos serviços de saúde fazem parte da lista de necessidades daquele sector apontadas pelo administrador municipal.

O hospital municipal atende uma média de 50 a 80 pacientes nas consultas externas, com registos frequentes de malária, diarreias agudas, infecções respiratórias, gastrites, conjuntivites, sarna e infecções transmissíveis sexualmente.

No sector de educação considera que a conclusão da construção das novas salas de aulas vai permitir enquadrar no próximo ano lectivo, os três mil e 500 alunos em idade escolar que ficaram este ano fora do sistema normal de ensino. Adiantou que o município necerssita de 70 quadros docentes para cobrir a rede escolar em toda a sua extensão.
Lumeje volta a consumir água potável
A população da sede municipal de Lumeje-Cameia voltará este mês a consumir água potável, depois de superada a avaria no sistema de abastecimento. Para a resolução do problema, o governo angolano contratou uma empresa portuguesa denominada "Kalipre", que vai reabilitar a rede de distribuição de água àquela nossa conhecida localidade.

Obras do mesmo género serão também efectuadas este mês, na cidade do Luena (Luso) pela mesma empresa portuguesa.

A vila de Lumeje já beneficia de iluminação pública garantida por um gerador de 500 kva e este ano a rede será extensiva aos bairros periféricos, com a montagem de cabinas e renovação de cabos eléctricos que datam desde o período colonial.

Em notícia de AngolaPress, pode também ler-se que João Ernesto dos Santos "Liberdade" lamentou a degradação das estradas que ligam a cidade do Luena às sedes municipais, o que dificulta a transportação de combustíveis e lubrificantes. Recordemos que o funcionamento do Caminho de Ferro de Benguela ainda não foi restabelecido.
Raiva mata no Lumege

Duas pessoas morreram em Junho no município de Lumeje-Cameia, vítimas de mordeduras de cães raivosos, disse segundo declarações do responsável de Saúde naquela localidade, Valeriano Mucanda ao jornal electrónico AngolaPress.

As vítimas eram mãe e filho, e no mesmo período foram registados três outros casos sem provocar óbitos.

Mucanda mostrou-se preocupado com a falta de vacinas anti-rábica que se faz sentir no município, o que faz com que as pessoas mordidas sejam apenas tratadas com raízes e folhas de plantas silvestres. E alertou para a existência na sede municipal do Lumege de um número indeterminado de cães não imunizados, circulando à solta nas principais artérias da localidade, que poderão aumentar os casos de mordeduras nos próximos tempos. Solicitou o envio urgente de vacinas contra raiva, com vista prevenir e tratar as pessoas afectadas.
Apelo à colaboração

Este blog necessita de ser redinamizado.
O coordenador possui um acervo razoável de imagens que são um repositório fotográfico dos idos tempos da nossa passagem pelo Leste de Angola, mas faltam textos que enquadrem essas fotos.

Venham essas memórias!
Sem traumas!
Projecto agrícola no Lumege

No passado dia 10, o governador da província do Moxico visitou um projecto agrícola pertencente a uma associação de camponeses no município de Lumeje-Cameia, que já preparou quatro hectares de terra para cultivar mandioca, feijão, milho, batata-doce, banana, ginguba, na campanha agrícola que se avizinha.

Segundo declarações do governador, João Ernesto dos Santos "Liberdade", o governo vai continuar a empenhar-se activamente no processo de combate à fome e pobreza.

Para o efeito, referiu, serão incrementadas outras iniciativas para dinamizar o funcionamento do sector da agricultura, que vão desde o enquadramento e formação de quadros, assim como apoios em meios técnicos para permitir uma intervenção mais abrangente. Para o êxito da empreitada, João dos Santos garantiu que o seu governo vai reforçar a politica implementada a nível de todos os municípios que compõem a província do Moxico, visando o aumento da produção e melhorar o sistema da circulação de produtos do campo para cidade e vice-versa, bem como de apoio ao sector empresarial. Para a presente campanha agrícola, adiantou, o governo tem como prioridade a realização de projectos de multiplicação de sementes de arroz, milho, estacas de mandioca, cujos resultados são animadores no seio de camponeses. "Liberdade" satisfeito, com o resultado da colheita de diversos produtos do campo a nível da província, na presente época agrícola, louvou a iniciativa da população que tem contribuído na materialização das orientações do governo no âmbito do programa de combate a fome, miséria e pobreza.

segunda-feira, julho 10, 2006

Obras no Lumege

O Governador Provincial do Moxico, João Ernesto dos Santos "Liberdade", mostrou-se ontem, domingo, satisfeito com o grau de execução das obras de construção e reabilitação de infra-estruturas sociais em curso nos municípios do Leua e Lumege-Cameia.

No município do Lumege-Cameia, ultima fase desta deslocação, o governador viu as obras de construção de raiz de uma escola do I nível, com três turmas e de reabilitação dos sistemas de fornecimento de energia eléctrica e água potável.

O governador, que falava no termo de uma visita de ajuda e controlo efectuado naquelas localidades, salientou que as obras, realizadas no âmbito do programa de aumento e melhoramento dos serviços básicos as populações, correm a bom ritmo. No Léua, a primeira paragem, João Ernesto "Liberdade" visitou, na comuna de Liangongo, os trabalhos de construção de raiz de uma escola do primeiro nível, com três salas de aulas, para albergar mais de 300 crianças, que estudam por baixo das árvores. A escola, primeira a ser erguida na circunscrição de Liangongo, cujos trabalhos, a cargo da empresa de construção civil "Pérola LDA", tiveram inicio em Maio último e terminam em Setembro. Ainda no Léua, foi constatado o andamento das obras de reabilitação e apetrechamento do hospital municipal e o sistema de captação e tratamento de água potável, a cargo da empresa Portuguesa "Kalipre", que se encontram em fase avançada.
(Informação de AngolaPress)

Salários em atraso vão ser pagos
Os funcionários da Saúde e educação nos municípios de Lumeje-Cameiado, Alto-Zambeze, Bundas, e Moxico (sede) vão receber nos próximos dias os seus salários em atraso referentes aos meses de Março a Junho deste ano. A garantia foi dada hoje pelo Governador Provincial do Moxico, João Ernesto dos santos "Liberdade", assegurando que a Delegação Provincial das Finanças já tem as contas regularizadas para o levantamento do valor correspondente. Em relação ao efectivo do sector da Educação, serão pagos apenas os salários em atraso de dois meses, Maio e Junho de 2006, indicou. João Ernesto dos Santos justificou que o atraso de pagamento de salários se deveu ao ingresso do novo pessoal nestes sectores (saúde e educação), o que criou constrangimentos que acabam de ser reajustados no fundo salarial da província. O governador esclareceu que os salários não foram pagos antes porque faltava a cobertura orçamental e os parcelares foram actualizados e adicionados na conta da província, pelo Ministério das Finanças no mês passado.
(Informação de AngolaPress)

sexta-feira, julho 07, 2006

Confraternização de 2 de Setembro, que esteve programada para ser no próprio quartel do RI-2, poderá não se realizar este ano.

Chegou a estar aqui divulgado, durante algumas horas, o seguinte: "O comando do Regimento de Infantaria 2 (Abrantes) vai passar a albergar um Regimento de Cavalaria.
Isso implica uma mudança de Comando, de onde decorre que o actual Comandante tenha cancelado a autorização que concedera para o nosso almoço de confraternização dentro do próprio quartel".

Mais adiante, dizia-se: "A data de confraternização mantém-se, mas o local terá, quase de certeza, de ser outro." Em boa verdade, e através do Abílio Henriques, este blog acaba de saber que ainda não está garantido se haverá este ano a habitual jornada de confraternização. No RI-2 ou noutro local.

Continuamos a afirmar o que aqui se disse há poucas horas: "Contamos com a Fernanda Brásio e o filho do sr. Videira (quem sabe se com os pais!) para a nossa confraternização". Este ano, se houver. E / Ou nos próximos!
Fernanda Brásio a caminho de Portugal

Lembram-se de Fernanda Brásio, do Lumege, que este blog ajudou a encontrar a madrinha que já não via desde os ses distantes tempos de criança?
Fernanda acaba de nos contactar lamentando a falta de actualização do blog (é a falta de tempo e a falta de colaborações, Fernanda!) e informando que partiu ontem desde a Bélgica onde reside com a família, para uma visita a Portugal incluindo visitas a amigos em França e em Espanha.
Boa viagem, Fernanda!
Comissão Multi-sectorial para todo o território angolano
Protecção à fauna e flora, também no Lumege
Esteve ontem (6 de Julho) no Lumege-Cameia (e também nos municípios dos Bundas, Luchazes, Alto-Zambeze e Luau) uma delegação da Comissão Multi-sectorial para o diagnóstico da flora e a fauna que pretente avaliar o impacto causado na fauna e flora pela acção da caça à fauna selvagem.
A delegação pretende definir medidas necessárias à preservação e utilização racional desses recursos, por parte da população. O coordenador da referida comissão, Joaquim Duarte Gomes, mostrou-se preocupado pelo facto de em determinadas áreas da província, os caçadores furtivos realizarem o abate indiscriminado de animais e a destruição de arvores, transgredindo assim as orientações estipuladas pelo governo. Desencorajou a atitude de alguns cidadãos que nesta época seca (cacimbo) se dedicam à queima da flora, perigando a vida das espécies animais, bem como afecta negativamente o meio ambiente. Joaquim Gomes reconheceu que a falta de gás butano, resultante das dificuldades de transportação do produto à região, está na base da opção pela população do uso do carvão como fonte de energia para satisfazer as suas necessidades. Segundo ele, a comissão vai colaborar com as entidades do governo e autoridades tradicionais, na proposta das medidas necessárias à preservação e utilização racional, sustentável e segura dos recursos da fauna e da flora na locais. Quarta-feira a comissão composta por representantes dos ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Rural, do Urbanismo e Ambiente, da Defesa Nacional e do Interior, trabalhou na comuna de Lucusse, na povoação de Luxia e Mercados informais da cidade do Luena. A comissão manteve encontros separados com o governador provincial em exercício, Mário Salomão, Comandantes da 3º Região Militar e da Polícia Nacional.
A protecção da Fauna e da flora constitui prioridade do governo.
No distrito do Moxico, houve 191 crimes em três meses
Só dois crimes no Lumege

Lumege-Cameia, Luacano e Lua com dois crimes cada durante o segundo trimestre deste ano, apresentando assim o mais baixo índice de criminalidade do Distrito.
O município sede (Moxico) lidera a lista com 159.
A informação, prestada à agência Angop pelo Comando Provincial da Policia Nacional no Moxico(que bebemos do jornal digital AngolaPress), regista que em igual período anterior tunham sido registados 193 casos.
Estes delitos resultaram na detenção de 203 indivíduos, dos quais cinco funcionários do Ministério do Interior, 11 estudantes, 13 membros das Forças Armadas Angolanas (FAA) e 144 desocupados. O documento refere que do total de crimes, 175 foram esclarecidos, o que corresponde a 92 por cento. Dos delitos registados, a nota da polícia destaca ofensas corporais com 101 casos, furtos com 46, crimes de natureza económica 26 e contra a ordem e tranquilidade pública 18. Luau 12, Alto-Zambeze seis. Kamanongue cinco. Bundas três. Os principais alvos de roubos foram as motorizadas, telemóveis, electrodomésticos, bens alimentares e materiais de construção. A nota aponta que a crença ao feiticismo, questões passionais, justiça por mãos próprias e o fraco poder económico da população, são as causas que estiveram na base dos crimes relatados.

domingo, junho 04, 2006

CCS do Batalhão desfiou recordações
Foi ontem, sábado.
O essencial da operação decorreu conforme constava da "ordem de serviço", com as tropas aquarteladas no restaurante O Cangalho-2, proximidades de Mafra, sem reclamações quanto ao rancho, mais bem desinfectado para uns, menos para outros, porque nem todos levaram esposas e era preciso trazer o unimog de volta. E por vezes o IN aparece por aí emboscado ao virar da curva.
O blog "Lumege" esteve lá, porque o coordenador passou a maior parte do seu tempo de Angola militando na CCS.

Uns de perto, outros de longe
O Garlão Martins, organizador, combatia em casa, pois reside na Venda do Pinheiro, ali a dois passos.
De mais longe, veio o alferes Braga (que desta vez não perdeu o barco e regressou a Alcáçovas a tempo e horas) e o Serafim Torres, que prometeu um aquartelamento de arromba para 2007, em Esposende, sua terra, organizando as operações com o Eduardo Gomes. Aliás, foram eles os iniciadores destes convívios da CCS em 1987. É, portanto, interessante que lhes caiba a missão de assinalarem os 20 anos de confraternização.

Major Rosa Ferreira faleceu
O major Rosa Ferreira, oficial responsável pelas Operações do Batalhão, faleceu há já alguns anos.
A notícia chegou-nos trazida pessoalmente por um seu filho, que participou no almoço.

quinta-feira, maio 25, 2006

Governo de Lisboa não viu ou não quis ver
Os ventos eram de mudança

Texto e foto: Abílio Henriques
É verdade tudo o que é descrito pelo Armando Monteiro acerca do seu embarque, cenas que se repetiram durante 14 anos. Mas eu interrogo-me se aquela situação não se poderia ter evitado; e penso que poderia, se os governantes tivessem prestado atenção aos ventos da mudança.
Se não, vejamos:

- Em 15 de Agosto 1947, surge a independência da Índia.
- Em 4 de Fevereiro 1953, manifestações em Batepá (São Tomé e Príncipe), que conduzem a uma violenta repressão.
- Em 20 de Maio de 1954, aprovado o Estatuto dos indígenas Portugueses das Províncias da Guiné, Angola e Moçambique, que divide populações em três grupos: indígenas, assimilados e brancos (rdículo).
- Em 24 de Junho 1954, Invasão dos enclaves de Dadrá e Ngar-Aveli pela União Indiana.
- Em Outubro de 1954, fundação da UPNA (união dos povos do Norte de Angola), em Leopoldeville, dirigida por Holden Roberto.
- Em 18 de Setembro de 1956, fundação, em Bissau, do PAIGC dirigido por Amilcar Cabral.
- Em 10 de Dezembro d e1956, fundação, em Luanda, do MPLA chefiado por Mário de Andrade.
- Em 6 de Março de 1957, independência do Gana (antiga Costa do Ouro).
- Em 26 de Dezembro de 1957, Início da Conferêcia Afro-Asiática do Cairo, com representações de 35 países, que proclamou o direito dos povos à autodeterminação, à soberania e à independência. Em 2 de Outubro de 1958, Independência da Guiné-Conacri.
- Em 3 de Agosto de de 1959, em Pidjiguiti, Bissau, uma manifestações com estivadores e grevistas, causando dezenas de mortos.
- Em 4 de Agosto de 1959, Início dada Conferência dos Estados Independentes, em Monróvia, que numa das resoluções aprovadas proclamava o direito à autodeterminação dos territórios coloniais.

Depois dos sinais

- Em 20 de Janeiro,uma directiva do CEMGFA altera os objectivos estratégicos da defesa nacional, apontando para uma futura guerra no Ultramar.

- Em 4 de Abril de 1960, Independência do Senegal.

- Portugal não começa a trabalhar não para uma autodeterminação, mas sim para a Guerra. Em 16 de Abril de 1960, Dcreto-lei que cria do Centro de Intrução de Operações Especiais em Lamego.

- Em 25 de Abril de 1960 Criação do Depósito Geral de Adidos.

- Em 13 de Junho de 1960, Declaração do MPLA ao Governo portugês para a solução pacífica do problema colonial.

- Em 25 de Junho de 1960, prisão de dezenas de angolanos, entre os quais Agostinho Neto e Joaquim Pinto de Andrade.

- Em 30 de Junho de 1960, independência do ex Congo Belga (depouis Zaire e actualmente de novo Congo).

- Em 15 de Agosto de 1960, Independência do ex Congo francês.

- Em 25 de Setembro de 1960 Petição do PAIGC ao Governo português para resolução pacifica do problema da Guiné.

Nota: toda informação pequisada na web (OPORTAL DA HISTÓRIA).

Penso que se poderia ter evitado uma guerra, que se poderiam ter evitado as cenas do cais de Alcantara e da Rocha Codne de Óbidos. Foram 14 anos durante os quais mães, pais, fihos, amigos... que ficaram com os coração partido, milhões de lágrimas derramadas por Portugal. No final, a grande interrogação: valeu apena? Esta tem sido a minha interrogação e penso a que de muitos camaradas.

Abílio Henriques (de calções, na foto, no Luatxe)

segunda-feira, maio 22, 2006

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Manumarita sauda-nos!
À caixa de mensagens do blog Lumege acaba de chegar uma mensagem de duas palavras: "Manumarita sauda-vos".

Está entregue e retribuimos. Mas, Manu... quem és tu? Sacia-nos a curiosidade! Identifica-te!

(Em boa verdade, vieram duas mensagens, embora dizendo o mesmo. Uma assinada por Manumarita outra por Manu).
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"...ninguém bateu palmas"
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12 de Julho de 1969, C.Caç 2544 em Lisboa a caminho do embarque

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Texto: Armando Monteiro *
Fotos: Fernando Hipólito **
Estes embarques eram momentos dramáticos. Quando chegou a minha vez ano e meio mais tarde, depois de uma despedida de Lisboa à noite, foi tempo de ir pôr as malas no camarote e voltar para a convivência no cais, onde o ambiente até era descontraído. Chegou a hora, e começámos a formar para a entrada no navio. O meu batalhão seria o primeiro a entrar, à minha frente o major de operações, depois o capitão cmdt da CCS, a seguir eu, como oficial mais antigo da CCS, fez-se silêncio no cais... ao som do toque de caixa o major dá ordem ao batalhão para avançar, o capitão repete para a companhia, eu dou ordem ao pelotão, que se põe em marcha, então o silêncio transforma-se em gritos de desespero, os familiares gritavam pelos filhos, pelos irmãos, criou-se um ambiente de drama. De repente senti que todos os olhares estavam fixados em mim e pensei como iria representar aquela cena até ao fim, pôr uma cara alegre, tentando aliviar a tensão, poderia ser negativo, o meu filho vai como um pateta alegre irresponsável... pôr uma cara triste seria agravar ainda mais a situação, tentei manter a calma e segui com passo certo até dentro do navio, onde confesso me senti aliviado. Foi um dos momentos mais dramáticos da minha vida. Mais tarde já na amurada do Infante D. Henrique, continuava no cais o desespero da multidão, fiz um comentário para o lado - não pensei que isto fosse assim, todo este drama... e responderam-me: - já reparaste que alguns deste homens que estão a embarcar não voltarão?
......ninguém bateu palmas, sempre fui um mau actor...



Em plano de fundo, o Vera Cruz. Cais da Rocha do Conde de Óbidos, 12 de Julho de 1969

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Já a bordo do Vera Cruz. Da esquerda para a direita: Numídio, Alho, Santos, Hipólito num momento de descontracção.

* Alferes de Transmissões do batalhão que nos rendeu no Lumege

**As fotos são do album de Fernando Hipólito. Não reflectem o dramatismo contido no texto, mas são as mais adequadas que possuímos em arquivo. Sugerimos mais uma visita à foto do texto abaixo (O Século)

sexta-feira, maio 19, 2006

A nossa partida foi notícia n'O Século
Quando, a 12 de Julho, nos preparávamos para partir oceano adentro, a bordo do paquete Vera Cruz rumo a Angola, o fotógrafo do jornal O Século passava por lá e fazia uma foto do momento, que acabaria por saír na edição do dia seguinte.
Provavelmente, não terá sido ingénuo o título do texto da foto-legenda, tanto mais que O Século era um jornal crítico do regime (dentro do possível, é claro). O dia estava quente, mas o jornalista presumivelmente referia-se a outro "calor" que havia por cá - e pelos trópicos. O ambiente aquecia, porque Salazar caíra da cadeira alguns meses antes e, com ele, caíra igualmente alguma frigidez do regime...

Voltaremos ao assunto.

A imagem foi pesquisada por Fernando Hipólito na hemeroteca da Câmara Municipal de Lisboa.

quarta-feira, maio 17, 2006


Em Mafra, dia 3 de Junho
CCS do B.Caç. 2878 confraterniza

É já no dia 3 de Junho, que a C.C.S. do nosso Batalhão se reune para confraternizar.
Este ano o programa está a cargo do Domingos Garlão Martins e começa com a recepção junto ao Convento de Mafra. Segue-se uma visita ao Palácio Nacional de Mafra e almoço do restaurante Cangalho.
Depois de almoço, haverá um passeio pela Ericeira e visita ao Museu José Franco, no Sobreiro.
A jornada termina com baile e lanche.

quinta-feira, maio 04, 2006

Estamos em debate
.
Depois de Carvalho de Almeida, as considerações de Armando Monteiro que acrescentam alguma informação de relevância histórica que gostaríamos de ver corroborada por outros intervenientes.

A opinião de Armando Monteiro

«Há tres factores aqui a salientar: o primeiro que é desconhecido pela grande maioria dos jovens de hoje, havia participação de angolanos no exercito destacado em Angola, cerca de 30% em 1972, eram recrutados como nós e faziam serviço nas mesmas condições. A segunda questão é que a população não era necessáriamente hostil, o que as populações querem é paz. Incluo aqui os milicias que tinham de sobreviver neste meio, como diz e muito bem a situação era diversa nos diversos locais e situações em Angola. Agora a questão principal, o que fazer em 1960? tinha Angola quadros para formar um governo? tinha certamente uma elite capaz de governar Luanda, mas com a retirada dos quadros coloniais ficaria entregue ao saque das grandes potencias. Era preciso preparar Angola e com quadros angolanos, em 1972 decorria um plano secreto para a independência de Angola, no qual eu participei, quem o sabotou? claro que estas coisas não se podiam nem anunciar nem reconhecer publicamente, pois caso contrário provocaria graves convulções sociais. É um tema sobre o qual estou a escrever».
Armando Monteiro

quarta-feira, maio 03, 2006

Duas notas
.
Uma:. Aqui à direita, em cima, está a aparecer um resumo do curriculum do coordenador do blog "Lumege". Trata-se de um acidente (que passo a explicar) que será solucionado dentro de pouco tempo.
A explicação: Possuo alguns blogs pessoais (este é colectivo) que, tal como este, estão alojados na minha conta. (Creio que é assim que se diz, porque na verdade não passo de um pobre aprendiz de feiticeiro que percebe pouco destas magias de internet...)
E, ao incluír esse resumo de curriculum, ele passou a aparecer automaticamente em todos os blogs que manipulo.
Peço desculpa pelo sucedido, que remediarei em breve.

Outra:. O Fernando Hipólito enviou um documento muito interessante que nos diz respeito, que pesquisou na Hemeroteca da Câmara Municipal de Lisboa, mas trata-se de um documento que carece de alguma preparação. E uma violenta gripe tem estado a fazer braço de ferro com o coordenador. Com resultados negativos ao nível do tempo e das energias disponíveis.
Também por este atraso peço desculpa, particularmente ao Hipólito.
Zé Oliveira
Da discussão nasce a luz?
Este blog não visa a polémica;
mas não a rejeita

Chegou-nos um comentário de Carvalho de Almeida. Mas, em vez de o deixarmos na zona de comentários, decidimos editá-lo aqui, no corpo principal do blog.
Embora o coordenador de "Lumege" não perfilhe pessoalmente o conteúdo ideológico do comentário, assume a atitude de o publicar (ipsis verbis) com maior visibilidade. E, no final, dará a sua opinião.

Opinião de Carvalho de Almeida
«Numa busca a sites que me recordem Angola onde fiz parte do serviço militar vim dar com este e pela primeira vez estou a tomar conhecimento do que aqui se diz e conta. Estive 16 meses na antiga Cidade Vila Luso actual Luena e por diversas vezes fiz incursões pela zona do Lumege isto nos anos de 1968/69. A sua chamada de atenção vez ir ler o post de 13 de Abril, bem como os comentários que o mesmo suscitou. Com o meu maior respeito,estou de acordo com Armando Monteiro na totalidade. Sentia-se naquelas populações que nos viam como amigos e protectores. O que se passou depois do 25 A já nos ultrapassa mas pressentia-se que isso poderia vir a acontecer. Também era sabido que as milicias actuavam numa maneira que lhe chamava-mos o pau de dois bicos,sobretudo quando actuavam sózinhas o que não aconteceu a principio da sua constituição. A troca de informações entre eles e os elementos da Unita e Mpla era recíproca, mas o nosso exército também tal usou sobretudo no Norte de Angola, havendo até uma arvore que se designava por marco do correio onde eram estabelecidas troca de informações entre as partes. No fim de tudo o que ficou? Um povo mártir e entregue a si próprio e à vontade de poderes estrangeiros. Nunca senti tal enquanto lá estive. Nós não eramos estrangeiros. Sentia-se em todos. E agora?»

A opinião de José Oliveira
Embora possa não parecer, este blog é uma iniciativa colectiva. Portanto, (ou apesar disso...) a minha opinião aqui expressa só me vincula a mim. E cuja é:

Mesmo que fizessemos o exercício de tomar a parte pelo todo, isto é, mesmo que imaginássemos a história do colonialismo em Angola à imagem e semelhança da hisatória do Lumege, haveríamos de concluír que o registo não ficaria muito linear; teria altos e baixos, no que se refere ao respeito dos portugueses para com o povo autoctone que o Carvalho de Almeida sublinha.

Lembro-me perfeitamente de, durante os mornos serões do Lumege, divagar com os companheiros de armas acerca da ilegitimidade de podermos afirmar aquele território como sendo chão de soberania lusitana.

Na história das nações, verifica-se (basta olhar os mapas) que basta um rio ou uma montanha (ou uma grande diferença de culturas) para determinar a localização de uma fronteira.

Pergunto: Não chega a imensidão do aceano, para fazer fronteira? Somada à diferença enorme de culturas? Não basta olhar para as diferenças de cor de pele dos autoctones de um e de outro lado, para verificarmos que não somos gente da mesma pátria?

O termo da guerra não lhes devolveu automaticamente a tranquilidade? Pois não. Mas isso é outra conversa. Que pode ficar para outra altura.

José Oliveira

terça-feira, abril 25, 2006

Comentário em 13 de Abril
Armando Monteiro, visita regular do blog Lumege, deixou recentemente um comentário a um post de 13 de Abril.
Por se tratar de um ponto de vista que vale a pena conhecer (esteja-se ou não de acordo com ele) chamamos a atenção para esse comentário. Não o transcrevemos para aqui, porque só se frui a sua compreensão total retomando conhecimento do post que ele comenta.

Portanto, o leitor deve recuar até 13 de Abril e abrir o comentário ao post "Assistência Humanitária em dificuldades".

sexta-feira, abril 21, 2006

Jo Ann von Haff passou

de novo pelo blog

Jo Ann, uma luena do coração que estuda em Paris e apareceu aqui pelo blog pela mão de Armando Monteiro (da CCS do Batalhão que nos antecedeu), deixou hoje um comentário numa nossa matéria de 27 de Março.
Ora, como são certamente poucos os leitores que espreitarão os comentários inseridos em data tão recuada, respigamos para aqui o essencial do conteúdo do comentário de Jo Ann.
Diz ela: "Não sei em que sentido posso colaborar [aqui no blog]. Mas se estiver ao meu alcance..."

A Jo Ann pode colaborar, por exemplo, com textos (de preferência curtos) que divulguem aspectos da etnografia da zona em que, no Leste, estivemos cerca de um ano. Tudo o que tiver a ver com Lumege/Cameia e imediações, interessa-nos. Afinal, passámos por ali uma parcela significativa das nossas vidas. E orgulhamo-nos de ter deixado um um rasto de humanismo por aquelas terras, embora possa parecer paradoxal. Aliás, é bem provável que se deva a essas características da nossa actuação (mérito que foi principalmente do Comandante da Companhia) o facto de termos regressado a Portugal todos vivos.

Mail para enviar colaboração: o-oliveiradaserrazsapo.pt
O Cameia Bar do Sr. Videira

O António Videira era um rapazinho (muito educado e simpático, como nos recordou o Abílio) que convivia um pouco connosco no Cameia Bar, que pertencia a seus pais.

Um dia, o António Videira pesquisou o nome da sua terra na internet e... veio aqui parar, a este blog, a que alguém já chamou o "Ponto de Encontro". E para grande surpresa sua (surpresa ainda maior para seus pais) deparou-se com fotos (30/12/70) da despedida da sua família, que partira do Lumege no início do ano de 1971. Contactou-nos, manifestou interesse em possuir estas fotos, e... graças à sempre disponível colaboração do proprietário delas, o Fernando Hipólito, as fotos já estão na posse do António Videira. Porque contém alguma informação e, embora curta, possui alguma afectividade, transcrevemos a mensagem de agradecimento que nos enviou (suprimimos as referências elogiosas, por desnecessárias).

«Muito obrigado (...) pelas fotografias que fez o favor de enviar. Uma delas reporta-se exactamente à festa de despedida dos meus pais. As outras fizeram-me recordar e ver a casa e a terra onde nasci há quase 47 anos. Vamos mantendo o contacto (...).

Um abraço

António Gouveia Videira»

O nosso "porto de abrigo"

O António Videira acaba de nos enviar esta foto do Cameia Bar, nosso "porto de abrigo" para uma bica, uma Cuca ou Nocal, ou até um bife com batatas fritas. Ou mesmo uma tarte recheada com doce de papaia, mas isso é uma história que o Abílio vai contar amanhã ou depois. Uma história em que entra a esposa do Sr. Videira, mãe de António Videira que numa das mensagens que nos enviou esclarece, referindo-se à foto do alto, que «(...)quem está em primeiro plano é precisamente a minha mãe, na dita festa de despedida. Na foto da estação [que repetimos ao fundo] reconheço perfeitamente um velho amigo e compadre do meu pai – o Sr. Hostilio Tavares, infelizmente já falecido. (...) Eu vivo em Almada e os meus pais numa aldeia do concelho de Seia, em Pinhanços (Serra da Estrela)

António Videira»

14 de Setembro de 1970, Estação do C.F.B. (Lumege) . Partida do comboio Mala. Despedida da família de uma rapariga que vai para a escola. (Foto de Fernando Hipólito)

quinta-feira, abril 13, 2006

Nosso blog é bastante lido
2000 VISITAS

EM DOIS MESES E MEIO
Desde 26 de Janeiro, este blog recebeu 2000 visitas.
Considerando o modo como é feito e divulgado, trata-se de um valor apreciável.
E podemos orgulhar-nos de já ter proporicionado encontros entre pessoas que não se viam há décadas. E de ter proporcionado recordações de infância a filhos de militares que (hoje adultos) acompanharam os pais em crianças por algumas das terras que também pisámos. Idem, a jovens filhos de cidadãos civis que tinham as suas vidas estabelecidas por essas mesmas paragens.

Sem falar, é claro, nas recordações que temos trocado, uns com os outros, neste universo de amizades que se criaram à sombra da bandeira da Companhia de Caçadores 2544.

E temos aqui registado alguns apontamentos que - queiramos ou não - são fragmentos de História.

É preciso mais
Mas é preciso mais. Mais relatos, reflexões, apontamentos. E fotos? Também. Embora neste momento o coordenador do blog esteja satisfatoriamente municiado, graças à disponibilidade dos arquivos pessoais do Fernando Hipólito e do Abílio Henriques.

Porém, inserir fotos sem relatos contextualizadores, é produzir trabalho inacabado.

Aos militares e aos civis
Como facilmente se percebe, isto é um apelo. Aos camaradas de armas, aos então crianças e jovens, hoje adultos, que tiveram algo a ver com as terras que nos empoeiraram as botas, escrevam-nos! Se nos enviarem textos prontos a publicar, muito bem. Mas se nos enviarem textos a necessitarem de levar uns retoques, muito bem na mesma! Cá estaremos para colocar as vírgulas nos sítios ou corrigir um errozito ou outro! Só não dá erros quem não escreve!