Final Feliz
Texto de Abílio Henriques
Foto do album de Fernando Hipólito
Abílio Henriques, autor deste relato, é o do meio (em baixo), ladeado pelo coordenador deste blog (em cabelo) e pelo Santos. Na fila de trás e da esquerda para a direita: João Miranda (o mais alto, de óculos), um furriel cujo nome o coordenador não recorda, Numídio (de óculos), Fernandes, Hipólito (sorrindo), Alho (mão no bolso) e Gonçalves.
Estão aqui quase todos os furrieis da C.Caç 2544, fotografados durante a atracagem que o Vera Cruz fez na ilha da Madeira
.
Numa operação que tinha como objectivo a recuperação de armas do movimento nacionalista que operava na zona (recuso-me a chamar-lhes terroristas), cabe-me uma missão na qual levo comigo um nacionalista que iria indicar-me o local onde estariam as armas. Chegados a esse local, é-me comunicado que seria necessário atravessar o rio, para isso seria preciso ir buscar uma canoa que estava dentro de água, etc etc.
Bem, lá aparece a canoa e embarcamos rio abaixo. Só que o nosso amigo (de calções, descalço, tronco nu) debruça-se na borda da frágil embarcação e mergulha no rio dando origem a que eu, todo vestido, carregando o armamento normal para a ocasião, mergulhasse também dentro das águas do rio Lumege num sítio onde por sinal a corrente era forte.Naquele momento já não queria saber de armas, a minha preocupação era saír dali vivo! A muito custo lá saí do rio, dei uns tiros mais para avisar a malta que estava comigo (um pouco afastada) de que alguma coisa se passava, e depois de mais de meia hora a andar com água até ao pescoço lá consegui chegar ao ponto de partida, sentindo-me naquela altura exultante porque dois seres humanos continuavam vivos: eu e o guia.
Foi uma aventura com final feliz.
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