segunda-feira, outubro 26, 2009

Escutas em Belém

Afinal, as escutas telefónicas e a espionagem informática existem de facto, na presidência da República.

O nosso blog conseguiu fotografar em Belém um grupo de experientes operacionais, quando se preparavam para as escuta. Trata-se de gente com um invulgar traquejo militar exercitado nos confins do leste e norte de Angola há quarenta anos.

Para que o equipamento de wireless funcionasse sem problemas, os estrategas montaram a operação de campanha num discreto recinto exterior, dissimulado por frondosa vegetação e fizeram-se passar por patusqueiros de fim-de-semana.

A foto acima documenta o momento em que todos sintonizavam os equipamentos de escuta. Repare-se que um dos operacionais, pressentindo a presença da nossa câmara, dissimula os microfones direccionais com o casaco de cabedal.

O nosso fotógrafo conseguiu captar o momento em que um dos operacionais pedia ao comandante do pelotão de espionagem "teste aí este microfone a ver se funciona". Repare-se no profissionalismo destes especialistas: além de usarem microfones direccionais disfarçados de pasta de atum, ainda os dissimulam com guardanapos de papel.


Nesta altura os microfones tipo pasta de atum já estão escondidos dentro da camisa. Em cima da mesa, só os microfones tipo carcaça.

Tratando-se de uma acção de espionagem em tempo real, o comandante da operação já consulta o relatório da escuta, mesmo antes de terminada a operação.

"Teixeira, faz uma foto deste relatório e anexa aos autos", diz ele. "As nossas escutas acabam de comprovar que o Presidente "bolicou-se".
Repare-se na antena wireless em grande plano, da marca Grão Vasco, modelo Grão na Asa. Foram requisitados três exemplares deste equipamento, que foram abatidas ao activo por seis dos agentes secretos. Numa manobra de diversão (porque isto sem manobras de diversão não tem graça nenhuma), o agente 007-Hipólito e o agente 007-Teixeira usaram equipamentos da marca Super Bock.
Saliente-se ainda que, para neutralizar a carga das baterias Grão Vasco e Super Bock, o agente secrteto 007-Teixeira fez aparecer de surpresa uma broa tipo Avintes (não por bairrismo, mas simplesmente porque não encontrou broas tipo A dez). E para despistar, fez aparecer uma garrafa de whiski que 007 dos presentes fizeram evaporar. O oitavo elemento, Mr. Who, não bebeu; mas os restantes agentes fizeram desaparecer a parte dele, por uma questão de solidariedade.
Mas faltava instalar ainda um microfone disfarçado, aliás muito parecido com um microfone, portanto mal disfarçado: um salpicão. Mas a gente sabe como são distraídos os agentes secretos. Num instante se lembraram de que, por amnésia, se tinham esquecido de que já tinham desinstalado integralmente o líquido de um microfone disfarçado de garrafa de whiski. O incidente solucionou-se, com uma segunda garrafa que foi acompanhada de mais uma broa de Avintes (porque continuava a não haver A dez).
Os agentes secretos que eram de perto, ficaram por perto. Os que eram do norte, tomaram o caminho do norte. Agora com a vantagem de que tinham à frente dos olhos duas auto-estradas para escolher.
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A A1 e a A8
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1 comentário:

Anónimo disse...

Meu caro Zé,

Eternamente grato por este trabalho,sei que as ofertas minhas de colaboração foi promessas da treta,mas tu sabias á partida que teria o final que teve total ausência na dita,
penso também que só tu podes realmente manter este espaço com postagens com a diginade que se impõem.

Abraço

Nota: Já agora põe pilhas no contador de visitas.