sexta-feira, novembro 17, 2006

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Em jeito de crónica
(ou as desventuras de um viajante...)
Alô, pessoal de transmissões

da CCS do BCaç2878!
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Há pouco mais de um mês, andava este vosso humilde servidor que coordena o blog "Lumege" todo apressado a preparar a ida para Alcalá de Henares (Madrid) onde participaria no Encontro Iberoamericano de Caricaturistas, quando as pressas deram em vagares. Tropeçou nas escadas de casa e lá vai disto, a descer completamente de cabeça, mas torcendo gravemente um pé.

Ainda retardou a partida por um dia, não fosse a coisa ser mesmo grave. Mas teve a gravidade suficiente para o impedir de conduzir automóvel, de modo que só lhe restou ir de comboio. Uma noite inteira em bolandas, com partida de Lisboa às dez da noite e chegada a Madrid cerca das nove da manhã.

Nas escadas rolantes da estação ferroviária de La Tocha, mal dormido e esquecido de que o pé direito não ia em condições, este vosso companheiro não encontrou no pé a resistência esperada e, mal as escadas começavam a subir, catrapuz, nova queda, outra vez de cabeça para baixo (que é a minha especialidade para descer escadas, está visto...). Foi uma cena patética, a cujos detalhes vos poupo.

E lá fui com o pé às costas directamente para o Congresso dos Caricaturistas, que já tinha começado. Não descansei a ponta de um corno até à uma e meia da manhã, hora a que logrei caír numa cama de hotel. E nem as dores me impediram de entrar no mais profundo dos sonos. Até às... três e meia! Porque me esquecera de desligar o telemóvel e... o meu tão ambicionado (e tão necessário) descanso não durara mais do que duas curtas horas.

Completamente estremunhado, oiço alguém perguntar-me se está a falar com o José Oliveira. Que sim, respondi. E se eu tinha pertencido ao BCaç 2878. Também respondi que sim. O meu interlocutor estava excitadíssimo! Falava-me a partir dos Estados Unidos da América, para onde emigrara mal acabara a tropa e nunca mais tivera notícias dos antigos camaradas de armas. Obteve algumas aqui neste blog (onde encontrou o meu número de telemóvel, que divulguei aquando da nossa confraternização em Leiria, organizada pelo Alho e pelo Rocha mas assessorada "no terreno" pela minha pessoa).

O meu interlocutor telefónico ia indagando por mais novidades, à medida que eu lhe ia repetindo que eram três e meia da manhã, quem nem estava em casa, que estava mal de saúde, que não tinha dormido nada de jeito na noite anterior... Cheguei a ser quase grosseiro, confesso, e aqui lhe peço desculpa. Ele era um dos elementos da equipa de transmissões da CCS, que tinha a sua sala de trabalho contígua à minha, tanto no Luso como em Malange, mas lamentavelmente é o único de cuja cara e nome não me lembro. Nem fixei o nome que ele me disse. Forneci-lhe o meu e-mail, para contacto mais tranquilo (e menos fora de horas...) mas entretanto ainda não deu sinal de vida. E já passou um mês. Talvez tenha anotado mal o endereço. Se assim foi, e se está a ler-me, clique aqui nesta última linha em cima das palavras comments to this post que aparecem a seguir à minha assinatura.

Depois de tudo isto, nem por sombras desejaria que se mantivesse cortada a nossa comunicação!

Zé Oliveira

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